Total de visualizações de página

5 de novembro de 2011

Poema da Gare de Astapovo

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo,
Contra uma parede nua...
Sentou-se... e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Glória,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E então a Morte,
Ao vê-lo sozinho àquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali à sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A Morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos os que realizam os velhos sonhos da infância!



Esta foi uma cena que presenciei hoje de manhã, que me lembrou o poema de Mário Quintana acima. Um senhor de mochila e tênis numa manhã ensolarada, após tantos dias frios, a rua arborizada... é poético mesmo, não? Algo que não poderia faltar em nosso blog!

O dedo na frente da lente foi minha pressa pra tirar logo a foto, antes que o senhor fizesse algum movimento inesperado, afinal, ele não sabia que estava sendo fotografado, né?

Agora me encontro entre caixas, malas e rolos de fita adesiva, mas acho que estou quase acabando de organizar tudo... Pra mim, o mais gostoso vai ser deixar tudo no lugar na casa nova!

Ótimo fim-de-semana pra você, Re!

Nenhum comentário:

Postar um comentário